quinta-feira, 28 de abril de 2011

Obra Literária de Florbela Espanca

OBRA LITERÁRIA

Poesia
- 1919: Livro de Mágoas.

- 1923: Livro de Sóror Saudade.

- 1931: Charneca em Flor.

- 1931: Juvenília: versos inéditos de Florbela Espanca.

- 1934: Sonetos Completos (Livro de Mágoas, Livro de Sóror Saudade, Charneca em Flor, Reliquiae)

Prosa
- 1931: As Máscaras do Destino

- 1981: Diário do Último Ano

- 1982: O Dominó Preto

Colectâneas
- 1985/86: Obras Completas de Florbela Espanca (8 volumes)

- 1994: Trocando Olhares.

Obras sobre ela de outros autores
- ALEXANDRINA, Maria. A Vida Ignorada de Florbela Espanca

- ALONSO, Cláudia Pazos. Imagens do Eu na poesia de Florbela Espanca

- BESSA-LUÍS, Agustina. Florbela Espanca

- COELHO, Jacinto do Prado. Dicionário de Literatura

- FERNÁNDEZ, José Carlos, "Florbela Espanca: A Vida e a Alma de uma Poetisa"

- FARRA, Maria Lúcia Dal. Afinado desconcerto (contos, cartas, diário)

- FRANÇA, José Augusto. Os anos vinte em Portugal: estudo de factos sócio-culturais

- FREIRE, António. Florbela Espanca, poetisa do amor

- GUEDES, Rui. Acerca de Florbela. Colecção Florbela Espanca

- MACHADO, Álvaro Manuel. Dicionário de Literatura Portuguesa

- MATTOSO, José. História de Portugal. Vol. V (de VIII)

- MOISÉS, Massaud. Literatura portuguesa moderna: guia biográfico, crítico e bibliográfico

- NEMÉSIO, Vitorino. “Florbela”. In: Conhecimento da Poesia

- NORONHA, Luzia Machado Ribeiro de. Entreretratos de Florbela Espanca: uma leitura biografemática

- PAIVA, José Rodrigues de. Estudos sobre Florbela Espanca

- RÉGIO, José. Ensaios de Interpretação Crítica. Colecção Obras Completas

- SARAIVA, António José, LOPES, Óscar. História da Literatura Portuguesa

- SENA, Jorge de. Florbela Espanca ou a Expressão do Feminino na Poesia Portuguesa

- SILVA, Zina Maria Bellodi da Silva. Florbela Espanca: Discurso do Outro e Imagem de Si

- SIMÕES, João Gaspar. História da Literatura Portuguesa do Século XX

- SOMBRIO, Carlos. Florbela Espanca

Fonte:


Biografia de Florbela Espanca

FLORBELA ESPANCA

Filha de Antónia da Conceição Lobo e do republicano João Maria Espanca nasceu no dia 8 de Dezembro de 1894 em Vila Viçosa, no Alentejo. O seu pai herdou a profissão de sapateiro, mas passou a trabalhar como antiquário, negociante de cabedais, desenhista, pintor, fotógrafo e cinematografista. Foi um dos introdutores do “Vitascópio de Edison” em Portugal.

O seu pai era casado com Mariana do Carmo Toscano, que não podia dar-lhe filhos. Assim, João Maria resolveu tê-los – Florbela e Apeles – com outra mulher, Antónia da Conceição Lobo, de condição humilde. Ambos os irmãos foram registados como filhos ilegítimos de pai incógnito. Entretanto, João Maria Espanca criou-os na sua casa, e Mariana passou a ser madrinha de baptismo dos dois. Ele nunca lhes recusou apoio nem carinho paternal, mas só reconheceu Florbela como a sua filha em cartório 18 anos depois da morte dela.

Entre 1899 e 1908, Florbela frequentou a escola primária em Vila Viçosa. Foi naquele tempo que passou a assinar os seus textos Flor d’Alma da Conceição. As suas primeiras composições poéticas datam dos anos 1903 - 1904: o poema “A Vida e a Morte”, o soneto em redondilha maior em homenagem ao irmão Apeles, e um poema escrito por ocasião do aniversário do pai. Em 1907, Florbela escreveu o seu primeiro conto: “Mamã!” No ano seguinte, faleceu a sua mãe, Antónia, com apenas 29 anos.

Flor ingressou então no Liceu Masculino André de Gouveia em Évora, onde permaneceu até 1912. Foi uma das primeiras mulheres em Portugal a frequentar o curso secundário. Em 1913, casou-se em Évora com Alberto de Jesus Silva Moutinho, seu colega da escola.

Em 1916, a poetisa reuniu uma selecção da sua produção poética desde 1915, inaugurando assim o projecto Trocando Olhares. A colectânea de 85 poemas e 3 contos serviu-lhe mais tarde como ponto de partida para futuras publicações. Na época, as primeiras tentativas de promover as suas poesias falharam.

Completou o 11º ano do Curso Complementar de Letras e matriculou-se na faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Foi uma das 14 mulheres entre 347 alunos inscritos.

Sofreu um aborto involuntário em 1919, ano em que publicaria o Livro de Mágoas. É nessa época que Florbela começa a apresentar sintomas mais sérios de desequilíbrio mental. Em 1921 separou-se de Alberto Moutinho, passando a encarar o preconceito social decorrente disso. No ano seguinte casou-se pela segunda vez, com António Guimarães.

O Livro de Sóror Saudade é publicado em 1923. Florbela sofreu novo aborto, e seu marido pediu o divórcio. Em 1925 casou-se pela terceira vez, com Mário Lage.

Em 1927, Apeles, o seu irmão, faleceu num trágico acidente de avião. A sua morte foi para a autora realmente dolorosa. Em homenagem ao irmão, Florbela escreveu o conjunto de contos de As Máscaras do Destino, volume publicado postumamente em 1931. Entretanto, a sua doença mental agravou-se bastante.

Em 1930, começou a escrever o seu Diário do Último Ano, publicado só em 1981. Florbela tentou o suicídio por duas vezes em Outubro e Novembro de 1930. Após o diagnóstico de um edema pulmonar, a poetisa perdeu o resto da vontade de viver. Não resistiu à terceira tentativa de suicídio. Faleceu em Matosinhos, no dia do seu 36º aniversário. A causa da morte foi a sobredose de barbitúricos (sedativos).

A poetisa teria deixado uma carta confidencial com as suas últimas disposições, entre elas, o pedido de colocar no seu caixão os restos do avião pilotado por Apeles na hora do acidente. O corpo dela jaz, desde 17 de Maio de 1964, no cemitério de Vila Viçosa, terra onde nasceu.

Fontes:

Poemas de Poetas V


Desta vez, decidi escolher uma poetisa: Florbela Espanca. 
Gosto muito da forma como ela escreve...
Vou partilhar convosco a sua biografia e a sua obra literária.