terça-feira, 12 de abril de 2011

CUIDADOS a ter com a VOZ

CUIDADOS A TER COM A VOZ
As alterações da voz manifestam-se habitualmente por rouquidão, alterações no timbre, instabilidade nas características vocais e por fadiga vocal.
Estas alterações têm causas diversas podendo ser o resultado de esforços ou de abuso vocal, assim como de infecções, traumatismos ou tumores.

 
Beba água
Para ter uma "voz saudável" beba água (seis a oito copos diários), única forma de manter hidratadas as cordas vocais.
Mesmo quando emitimos apenas um som as cordas vocais vibram intensamente; a hidratação melhora a produção de muco contribuindo para a sua "lubrificação".
Deve-se reduzir e em alguns casos evitar a ingestão de bebidas que podem provocar desidratação das cordas vocais (ex.: álcool, café e bebidas com cafeína, chá preto e bebidas gaseificadas).
Ao praticar desporto ou exercício físico deve-se beber uma maior quantidade de água.

 
Não fume
Não fume. É do conhecimento geral que o tabaco pode provocar cancro do pulmão e cancro da laringe. Tanto nos fumadores como nos "fumadores passivos" as cordas vocais sofrem uma "agressão" que se traduz por alterações persistentes na qualidade da voz.

 
Não esforce nem abuse da voz
Não se deve falar muito alto em locais ruidosos pois o ruído obriga a aumentar a intensidade da voz comprometendo a sua qualidade.
A sensação de "garganta seca", cansaço vocal ou o aparecimento de rouquidão obriga a poupar a voz e a não falar.
Ao lidar com crianças, não se deve esforçar demasiado a voz.
Quando se tem que usar a voz com grande intensidade, como sucede ao falar no exterior, é preferível utilizar um sistema de amplificação.
Devemos procurar falar no nosso tom e evitar fazer imitações de outras vozes. Se esforçarmos a voz falando em tons mais graves ou mais agudos do que o normal, podemos provocar "traumatismos" nas cordas vocais, que vão provocar rouquidão (disfonia).

 
Deve-se evitar tossir
Ao tossir as cordas vocais batem uma na outra, agredindo-se mutuamente.
A rouquidão pode ser uma das consequências do tossir repetido.
Em vez de tossir, beba uma golo de água ou engula "em seco". As causas mais frequentes que levam à necessidade de tossir são o refluxo gastro-esofágico, o refluxo faringolaríngeo, as rinites, as sinusites e as doenças alérgicas.

Se estiver doente poupe a sua voz
Se estiver "constipado" ou com uma infecção respiratória, poupe a sua voz.
Este cuidado é ainda mais importante nos profissionais da voz sobretudo se notarem o aparecimento de rouquidão.
A voz é a forma mais importante de comunicação, com grande impacto nas relações sociais e na vida profissional. Só o seu uso correcto vai permitir ter uma "voz saudável" durante toda a vida. Assim "oiça a sua voz" ou melhor, "oiça o que a sua voz lhe quer dizer".


DOENÇAS DA VOZ
Rouquidão
A rouquidão (disfonia) é a mais frequente alteração da voz, podendo ser provocada por esforço vocal, infecção respiratória, alterações benignas ou da mobilidade das cordas vocais, mas também por um tumor.
Uma rouquidão que dure mais de 15 dias exige uma observação por um Otorrinolaringologista, única forma de se obter um diagnóstico.
A sensação de cansaço ou fadiga vocal está habitualmente associada a esforços vocais. Estas alterações podem surgir quando se tem de falar em ambientes ruidosos, poluídos ou com ar seco, ou esforçar a voz durante longos períodos.
A sensação de "cansaço" vocal, sensação de corpo estranho, "garganta arranhada", dores no pescoço, alterações nas características da voz incluindo a rouquidão só são esclarecidas numa consulta de Otorrinolaringologia.

Fuga Glótica
Na fuga glótica as cordas vocais não conseguem aproximar-se correctamente na linha mediana, o que provoca alterações novas nomeadamente cansaço vocal e rouquidão.
Esta situação uma vez diagnosticada é corrigida com o apoio da Terapia da Fala.
Se tal não suceder outras alterações benignas poderão surgir.

Voz de Bandas Ventriculares
A tensão muscular pode levar a que as bandas ventriculares também designadas por "falsas cordas" possam aproximar-se uma da outra durante a fonação.
A voz está alterada e o cansaço vocal e as "sensações", "corpo estranho", "dores de pescoço", entre outras são habituais.
A Terapia Vocal é indispensável.

Disfonia Psicogénica
Em certos casos a rouquidão pode ser de causa psicológica, situação que se pode prolongar durante períodos de tempo de meses ou anos.
Em muitos casos pior que disfonia é a afonia, ou seja, ausência de voz.
Para além do Otorrinolaringologista e da Terapia da Fala, a intervenção do Psicólogo é fundamental para o tratamento desta situação.

Paralisia das Cordas Vocais
São várias as doenças que podem provocar paralisia de uma ou das duas cordas vocais.
A rouquidão e a afonia são as queixas mais frequentes. A paralisia de ambas as cordas vocais pode ainda provocar falta de ar.
Diagnosticar a eventual causa é um dos primeiros objectivos do Otorrinolaringologista.
A observação de um doente com este tipo de sintomas permite o diagnóstico.

Pólipos, Nódulos e Quistos
Os pólipos e os nódulos vocais são situações benignas que se traduzem por alterações na voz, nomeadamente rouquidão, que têm como principal causa o esforço vocal.
A microcirurgia laríngea associada à terapia da fala ou a terapia da fala isoladamente constituem as opções terapêuticas.
No quisto da corda vocal, que também é uma situação benigna e que se traduz por rouquidão, a microcirurgia laríngea seguida de terapia da fala é o tratamento adequado.

Refluxo
O suco gástrico pode “subir até a garganta” provocando rouquidão, necessidade de limpar as cordas vocais (tossir), bem como estar na origem da “sensação de corpo estranho”, ardor, “irritação na garganta” e ainda em alguns casos, “sensação de faltar o ar” ou mesmo dor. A observação por um Otorrinolaringologista permite o diagnóstico.
Cuidados a ter:
  • Corrigir hábitos alimentares
  • Evitar sentar-se no sofá mal termine o jantar
  • Não se deitar logo após o jantar
  • Não comer nem beber no período da digestão
  • Elevar a cabeceira da cama
  • Alguns alimentos (comidas e bebidas) podem desencadear, ou agravar o refluxo:
    • Bebidas gaseificadas
    • Citrinos( frutas/sumos)
    • Ananás/kiwis/tomate
    • Mel/chocolate
    • Lacticínios
    • Alguns tipos de chá
    • Café
    • Alimentos gordurosos (fritos, refogados, etc.)
    • Tabaco
    • Álcool
Só o próprio se estiver atento poderá identificar estes e outros alimentos que possam estar associados ao refluxo.
O abuso de gomas, pastilhas elásticas e mesmo de rebuçados podem provocar refluxo.

Papiloma
O vírus do papiloma (HPV) pode infectar as cordas vocais.
A Rouquidão é um sinal precoce que, se valorizado, permite um tratamento adequado (microcirurgia laser).

Laringite Crónica, Leucoplasias e Queratoses
Todas estas alterações têm como principal causa o tabaco, mas podem ser agravadas por outros factores (álcool, refluxo). Uma das formas de laringite crónica é o edema de Reinke, o qual é tipico dos fumadores, tanto no sexo masculino como no feminino. A rouquidão nestes casos é muito frequentemente considerada como uma “voz sensual”.
A vigilância é essencial e é obrigatório deixar de fumar.
A laringite crónica, leucoplasias e queratoses podem evoluir para um tumor maligno que nas fases iniciais se traduz apenas por uma rouquidão. Assim, insiste-se que uma rouquidão que se prolonga por mais de 15 dias exige uma consulta de Otorrinolaringologista.
A microcirurgia laríngea permite o diagnóstico, o qual é confirmado pelo exame histológico (biopsia). Independentemente da orientação terapêutica, é indispensável DEIXAR DE FUMAR.

Cancro da Laringe
O diagnóstico precoce é da maior importância, pois o tratamento depende das dimensões e da localização do tumor.
No nosso País, o carcinoma das cordas vocais constitui a forma mais frequente do cancro da laringe.
Os hábitos tabágicos são considerados como o maior factor de risco.
A associação de tabaco e álcool aumenta a frequência destes tumores.
Para além de rouquidão (disfonia) persistente, podem surgir dificuldades na deglutição, dores na “garganta” e/ou no pescoço habitualmente localizadas.
Em alguns casos, a esta sintomatologia pode-se associar a dor de ouvidos unilateral, enquanto que em outros casos pode surgir a falta de ar.
Só o combate ao tabagismo permitirá que Portugal deixe de ser o 3º país com maior incidência de cancro da laringe, na União Europeia (França, Espanha, Portugal e Itália).

Fontes:



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